O prato de hoje
para mim é uma receita simbólica, que une os sentimentos de amor e amizade como
poucos. Vou explicar, começando bem pelo início.
Cheguei ao Rio há
dois anos, numa cidade com muitas promessas de um novo começo. Porém, muito
mais difícil do que o imaginado, até o dia que eu entendi que para a cidade me
acolher, eu precisava antes estar aberta para ela. E foi o que eu fiz. Tirei
meus planos do papel, coloquei-os em prática com a ajuda da minha família
maravilhosa e resolvi compartilhar com as pessoas daqui minha maior paixão: a
cozinha.
E assim, no início
de setembro abri as portas da “a casa de antonia”, um espaço dedicado à
gastronomia, mas principalmente focado ao entretenimento. Digo entretenimento,
porque nada pode ser mais divertido do que fazer o que gosta, cercado de
pessoas incríveis, como as que eu tive o enorme prazer em conhecer.
Mas, nestas duas últimas semanas que coincidiram com o começo das minhas aulas, meu marido esteve viajando e acabou dividindo comigo apenas através dos nossos telefones a alegria que eu estava vivendo.
Então na sua volta, eu e meus três “mini cúmplices” resolvemos fazer um jantar surpresa para aguardá-lo e para comemorar minha primeira vitória, a de ter sido tão bem acolhida por este povo de sorriso aberto, os cariocas.
Decidindo sobre o
cardápio, passei pelo clássico arroz com feijão, ideal para rapidamente se reconectar
com nossa brasilidade, depois de uns dias fora do Brasil. Mas descartei, pois
queríamos um prato com cara de festa. Foi aí que o cordeiro surgiu e foi aceito de forma unânime entre nós,
como um prato de celebração, de alegria.
Então, vamos ao
nosso carneiro. Originário da Ásia Central, descoberto pelo homem há mais de 10
mil anos. Um animal de grande importância econômica, pois dele se aproveita
praticamente tudo: a lã, a carne, a pele e o leite. Citado na Bíblia, como Agnus Dei, e eleito para sacrifícios em
diversas religiões, está presente em pratos tradicionais de diversos países,
como: kebab, tajine, méchoui, etc.
Quanto mais nova for a carne de ovinos, mais é apreciada , pois são os cordeiros que nos oferecem a carne mais macia, delicada, rosada e levemente adocicada. Um dos cordeiros mais cobiçados do mundo pelos gourmands é o Agneau de Pré-salé, encontrado ao redor do Mont-Saint-Michel na França e que apresenta um sabor inigualável, pois se alimenta de uma vegetação rica em iodo e sal marinho.
O nosso veio da
criação de um compadre do meu marido lá do Mato Grosso. E ficou divino.
Para finalizar,
obrigada a todos que me ajudaram a ter muito a comemorar nesta vida, mas
principamente, aqueles que estão transformando minhas aulas em um momento de tanto
prazer para mim. Obrigada Silvia, Paola, Inúbia, Renata, Magaly, Chica, as
Veras, as Thelmas, o Felipe, a Malu, a Ana, a Andrea, a Beta, a Dea, a Regina,
a Marcia, a Selma, a Dione, a Bernadeth, a Cris, ….
Paleta
de Cordeiro
Rende: 4 porções
Marinada
- 01 paleta de cordeiro com cerca de 1,3 kg
- 08 dentes de alho inteiros com casca
- 01 cebola picada grosseiramente
- 04 colheres de sopa de azeite de oliva
- 01 cenoura picada grosseiramente
- ½ talo de salsão picado grosseiramente
- 01 folha de louro
- 03 galhos de salsinha
- 02 folhas de cebolinhas verdes inteiras
- ½ garrafa de vinho branco seco
- ½ xícara de molho shoyo
- água o suficiente para completar a marinada cobrindo o cordeiro
- Sal e pimenta-do-reino
Molho
- 50 g de manteiga sem sal
- 50 g de farinha de trigo
- 04 colheres (sopa) de creme de leite fresco
- 500 ml do líquido da marinada depois do cordeiro assado
- Sal e pimenta-do-reino
Coloque o cordeiro
numa travessa grande e funda onde possa ficar deitado e coberto com a marinada.
Misture todos os ingredientes da
marinada e coloque no cordeiro. Fure ele bastante com um garfo longo e deixe
descansando no refrigerador de um dia para o outro coberto com papel filme.
Preaqueça o forno a 150oC. Transfira o cordeiro para uma assadeira coberta com
papel alumínio e feche as laterais do papel, deixando uma abertura superior,
por onde irá colocar a marinada. Sugiro utilizar várias folhas de papel
alumínio juntas, pois esta “embalagem” não poderá se abrir, nem rasgar durante
o cozimento, mantendo todos os vapores presos. Feche bem o papel alumínio.
Deixe assar por pelo menos
4 horas em fogo baixo. Depois deste período, abra o papel alumínio e se o seu
forno tiver a opção “grill”, deixe o tempo necessário apenas para dourar o
cordeiro.
Depois de dourado, retire
do forno e transfira para a travessa que vai servir. Coe o líquido que restou
na assadeira e reserve. Numa panela coloque a manteiga e a farinha de trigo e
mexa constantemente por 4 a 5 minutos. Acrescente então o líquido da assadeira
e mexa até engrossar. Por último, acrescente o creme de leite e ajuste sal e
pimenta. Sirva o molho a parte, ou se preferir já leve o cordeiro fatiado à
mesa com seu molho por cima. Bom apetite.
Nota 10!
ResponderExcluirObrigado Andréa!
Abração pro Luiz!
Bj