Para quem já ouviu falar nos famosos sushis de Jiro Ono, pode compreender quem é Javier Wong para o ceviche peruano.
Quando conseguimos a reserva fiquei muito, muito feliz e excitada para o grande dia. E finalmente conheci este mestre, este gênio.
Chegar ao Chez Wong é entrar num mundo diferente. Além de ficar localizado num bairro distante, a fachada do restaurante não tem sequer o nome na porta. O lugar é muito simples, poucas mesas, muitas prêmios e reportagens pendurados na parede.
Um templo onde pouco se fala e cujo ritual começa em frente aos comensais, quando Chef Wong agilmente limpa um linguado enorme para preparar seu famoso ceviche.
Pedro, o garçom que nos atende, explica que não temos um cardápio, temos apenas as opções do dia, que são um ceviche e um prato quente. Para nós está ótimo. Perfeito.
Começamos então com um ceviche misto, de polvo e linguado. O frescor do peixe era tanto, que parecia que havia sido pescado há poucos instantes. E o linguado foi misturado apenas com o polvo, cebola roxa, suco de limão, sal e pimenta. Formando o clássico "leche de tigre", aquele caldo que se forma depois que o limão é acrescentado ao peixe. Só faltou lamber o prato, o resto eu fiz!
Depois de um ceviche como o que comi, difícil imaginar que o prato quente fosse tão bom. E a surpresa foi resolvida na primeira garfada, outro prato espetacular. Uma mistura de cogumelos, ervilhas, couve chinesa, pimentão, suco de laranja, linguado e o inusitado melão cantaloup.
O prato terminou rapidamente, e eu e o meu marido, inconformados chamamos o Pedro. Queríamos comer mais! Pedro desconversou e foi falar com Javier para ver se era possível. Quase sem mexer os lábios Javier sinalizou que a "festa" tinha acabado.
O Pedro se expressou um pouco diferente, foi mais ou menos assim : Desculpe mas, o "peixe" acabou, a pesca hoje foi fraca porque o mar estava muito mexido.
Fiz cara de triste, de criança que quer mais. E nada. Continuamos no restaurante mais um pouco para finalizarmos nosso vinho, quando vem a bela surpresa.
Pedro nos avisa que Javier disse que fará outro prato para nós. Quase aplaudi de pé!!!
Como se fosse possível, este último prato conseguiu ser ainda mais surpreendente que o anterior. Um prato agridoce, com a mistura de linguado, novamente a couve chinesa, abobrinha, abacaxi, salsa de rocoto (um molho de pimenta rocoto) e quinua.
Antes de sair, tive que tietar meu ídolo e lhe pedir esta foto. O até então sério e silencioso mestre, se mostrou simpático, gentil e me contou que em novembro estará no Brasil, a convite de um chef francês que é muito famoso, mas que ele não sabia direito o nome. Claude, é você?
Restaurante já vazio e o sorriso largo de quem comeu e definitivamente gostou!
Delicia! To viajando com vc. Muito legal. Aproveita bastante e se esbalda até não poder mais. Bjs
ResponderExcluirEstou passando mal de tanta novidade que estou vendo, ou melhor, comendo! Depois te conto. Bjs
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