segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Para cozinheiros de um prato só: Risoto!


       

         
          Para aqueles marinheiros de primeira viagem na cozinha, que querem aprender um prato para sobreviver a qualquer emergência, minha dica sempre vai para o risoto. Um prato que agrada a todos, simples, fácil de fazer e extremamente versátil, pois aceita os mais diversos ingredientes para lhe dar sabor, como: cogumelos, frutos do mar, aspargos, queijos.

         O risoto é um prato típico do Norte da Itália, da região compreendida entre o leste do Piemonte e oeste da Lombardia e Veneto. Um dos pilares da cozinha milanesa, com registros de sua origem no século 16. 

          Na Itália, o risoto é servido geralmente como o primeiro prato, ou primo piatto, sozinho e seguido do prato principal. No Brasil pode ser uma entrada, o prato principal ou um excelente acompanhamento para carnes.
 
         Simplificando este prato, podemos dizer que o risoto é simplesmente uma receita de arroz cremoso, que segue uma técnica própria no seu preparo. Porém é fundamental que o arroz utilizado seja de origem italiana e que pertença a uma destas variedades: o arbório, de grão largo e arredondado, mais fácil de ser encontrado; o carnaroli, tido como o mais nobre, por ser um grão mais longo e com cozimento mais uniforme e o valone nano, um arroz menor, que cozinha com maior rapidez e absorve muito bem os temperos. 

          A receita básica começa com a cebola sendo refogada em manteiga ou azeite de oliva. Prefira sempre uma panela de fundo grosso para que o arroz não queime. Quando a cebola estiver translúcida adicione o arroz e deixe-o fritar bem na gordura até que ela cubra todo o grão. Em seguida o vinho branco deve ser colocado e absorvido pelo arroz. Quando todo álcool tiver evaporado adicione o líquido, que geralmente é um bom caldo de galinha. Este caldo deve ser adicionado em conchas, só o suficiente para cobrir o arroz.

         Mantenha o caldo sempre fervendo, para que não baixe a temperatura do risoto quando adicionado. Mexa sempre, assim você permite que se desprenda o amido que está ao redor do grão, o que resultará num risoto cremoso. O tempo de cozimento é em torno de 17 minutos em fogo alto, contados após a completa evaporação do vinho.

        Para finalizar, o risoto acaba seu cozimento fora do fogo, enquanto descansa com a adição de manteiga gelada em cubos e do queijo parmigiano-reggiano ou grana padano ralado bem fino. 
          
          A receita do risoto abaixo é um dos meus primeiros pratos na cozinha, foi meu pièce de résistance por muito tempo. Espero que goste!



 

Risoto de banana e presunto de Parma 
Rende 4 porções

Ingredientes
  • 5 colheres de sopa de manteiga sem sal
  • 1 cebola bem picadinha
  • 200g de presunto de Parma fatiado em tiras bem finas
  • 2 xícaras de arroz arbório
  • 1 xícara de vinho branco seco
  • 2 litros aproximadamente de caldo de galinha ou de legumes
  • 6 a 8 pistilos de açafrão
  • 2 bananas prata maduras cortadas em meia-lua
  • ½ xícara de queijo parmesão ralado na hora
  • 3 colheres de sopa de creme de leite fresco
  • 2 colheres de sopa de ciboulette cortada bem fininha


Preparo
 
Aqueça o caldo de alinha ou legumes e acrescente a este caldo o açafrão. Mantenha este caldo sempre fervendo. Em uma panela de fundo grosso, refogue a cebola com 2 colheres de manteiga e em seguida acrescente o presunto de Parma, fritando por alguns minutos. Adicione o arroz, mexendo sempre até que todos os grãos estejam envoltos de gordura. Acrescente o vinho e deixe secar completamente. Aos poucos vá adicionando o caldo ao arroz, repetindo este processo cada vez que o liquido estiver quase secando na panela. Mexa constantemente para que o arroz libere seu amido e para que não grude no fundo da panela. Quando estiver cremoso e al dente, desligue o fogo, acrescente a banana, a manteiga restante, o queijo ralado e o creme de leite. Misture rapidamente e feche a panela, abafando um pouco o risoto. Aguarde uns dois minutos e junte a ciboulette, ajuste sal e pimenta e sirva em seguida.

 
Finalização
O ponto ideal do risoto é o que apavora muitos cozinheiros durante seu preparo, mas a única dica é: experimente! O arroz deverá estar al dente e com os grãos separados, unidos apenas pela cremosidade que se formou com o amido, a manteiga, o creme de leite e o queijo. Sirva imediatamente. 


Dica: Com as sobras dos risotos, prepare o riso al salto e o arancini


Riso al salto: frite porções achatadas de risoto em manteiga, deixando dourar dos dois lados.
Arancini: a cada 300 g de sobra de risoto adicione 1 ovo. Faça bolinhas e as recheie com um queijo de sua preferência. Passe por ovos batidos, depois pela farinha de rosca e deixe gelar por uma hora. Antes de servir, frite em óleo bem quente.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Cookies de chocolate, um ícone americano ou brasileiro?



          

        Semaninha de provas das crianças é sempre muito doída. Eles ficam cansados, irritados, preguiçosos, manhosos,  e tudo isso ao mesmo tempo!
         Dizem que não gostam da escola, choram de nervosos, e assim seguem meus dias de prova, aliás, meus não, deles. Então para acalmar minhas ferinhas, demos uma relaxada fazendo cookies. E como as cookies ficam mais gostosas quando sua massa passa uns dias descansando na geladeira, tenho um assunto gostoso para distraí-los ao longo da semana.
         Agora analisando um pouco minha escolha, comecei a pensar quão curiosas são algumas tradições culinárias, principalmente quando não são as nossas. Com excessão dos policiais americanos, que só comem donuts,todo o resto da população americana come cookies. E desde quando elas passaram a fazer parte do nosso cotidiano, bem brasileiro? Será que os “chocolate chips” seqüestraram os biscoitos Maisena?
         Não sei responder e acho que estas delícias não tem idade, horário e o local certo para serem consumidas. O importante é que sejam saborosas. 


         Seu nome deriva da palavra holandesa koekje e hoje são conhecidas mundialmente apenas pelo nome de cookie.  Esses cookies foram criados acidentalmente por Ruth Graves Wakefield em 1933, na cidade de Whitman em Massachusetts (desde 1997 o estado oficial dos cookies) nos Estados Unidos.
         Ela era proprietária de uma casa de pedágio (Toll House Inn) com restaurante, famoso por suas sobremesas. Um dia, preparando uma receita de cookies de chocolate, ela ficou sem o chocolate que habitualmente usava e resolveu picar uma barra de chocolate meio-amargo da Nestlé e colocar os pedaços, acreditando que com o calor do forno eles derreteriam. Eles não derreteram e as famosas chocolate chip cookies foram criadas. A receita foi vendida para Nestlé – em troca de um suprimento vitalício de chocolate chips – e publicada nas embalagens dos chips, com o nome de Nestlé Toll House Chocolate Chip Cookies, tornando-se assim a mais famosa receita de cookies. 



        


         Apesar de ser uma receita fácil e de poucos ingredientes, é importante seguir algumas dicas para garantia de sucesso. Manter a massa por 36 horas no refrigerador, por exemplo, vai garantir um sabor mais intenso, com formato e coloração mais uniformes. Fazer bolachas maiores faz com que apareçam três texturas distintas (crocante nas bordas, uma camada intermediária e centro macio). Usar chocolate de boa qualidade – em torno de 60% cacau –, salpicar levemente flor de sal na parte superior das bolachas e servir as bolachas mornas completam a lista de truques.
         Contadas e atropeladas no relógio nossas 36 horas, fomos para cozinha assar as tão sonhadas cookies. O único problema é que as crianças já comeram tudo, só consegui fotografar antes de estarem prontas ou então eles comendo.







 
Chocolate Chip Cookies
Rende 96 unidades pequenas

Ingredientes
- 220 g de farinha de trigo
- ½ colher (chá) de bicarbonato de sódio
- ½ colher (chá) de fermento em pó
- ½ colher (chá) de sal
- 125 g de manteiga sem sal em temperatura ambiente
- ½ xícara de açúcar cristal
- ½ xícara de açúcar mascavo
- 1 ovo
- 1 colher (chá) de extrato de baunilha
- 1 xícara de chips de chocolate meio-amargo
- Flor de sal para polvilhar 


Preparo
Numa tigela, misture a farinha de trigo, o bicarbonato, o fermento e o sal. Na batedeira, bata a manteiga até ficar bem cremosa, adicione os açúcares e continue batendo. Em seguida, coloque o ovo e a essência de baunilha. Depois de tudo misturado, baixe a velocidade da batedeira e acrescente, aos poucos, a mistura de farinha de trigo. Retire da batedeira e misture os chips de chocolate. Leve ao refrigerador a massa envolta em papel filme e deixe descansar por 36 horas. Depois deste tempo, pré-aqueça o forno a 180ºC, e faça pequenas bolas de massa, colocando-as espaçadamente numa assadeira sem untar. Salpique um pouco da flor de sal por cima e leve ao forno. Estarão prontas quando as bordas começarem a dourar, em aproximadamente 12 minutos. Retire do forno e deixe amornar em cima de uma grelha. Coma ainda morna. 





segunda-feira, 12 de agosto de 2013

E assim começou nossa semana ...


               

      ... cheia de preguiça depois de um delicioso Dia dos Pais, com minha Antonia resfriada e meus meninos querendo ficar doentes. Acordei cedo, abri a janela e aquele dia cinzento não me fez nenhum convite para levantar animada e levar a turminha toda para nadar. Muito pelo contrário, o convite era para voltar para cama. Totalmente em cima do muro para tomar uma decisão, optei pelo "caminho do meio". Faltamos a natação, mas fomos mais tarde à aula de tênis. Energia recuperada e hora de encarar a semana com muita vontade, afinal ela está só começando.

                         


  Para manter a energia em alta, vou escolher para a nossa refeição familiar de hoje, o jantar, nada mais, nada menos que uma deliciosa e acolhedora sopa de agrião. Sou fã de sopa, é a minha "comfort food", acho que uma boa sopa faz muito mais que apenas alimentar.
                           Escolhi o agrião porque ele é imbatível com seu gosto picante e único,  transitando pelas grandes mesas do mundo num sucesso silencioso e quase imperceptível. Uma hortaliça discreta, que foge dos modismos gastronômicos e está presente entre nós há mais de três milênios. 
                       


Foi usada pelos persas, gregos e romanos na Antiguidade Clássica. Artaxerxes, Rei da Pérsia era um apaixonado pelo agrião, acreditava que quem o comia, era premiado com coragem, força e caráter. Hipócrates, o Pai da Medicina, foi um dos grandes responsáveis por extrair desta planta suas enormes qualidades. Quando fundou o primeiro hospital na ilha de Kos, em torno de 400 anos a.C., ele plantou uma enorme quantidade de agrião para tratamentos de problemas sanguíneos.    Esta planta foi descoberta e utilizada primeiramente por suas propriedades medicinais e muitos anos depois é que entrou na cozinha.
                            O agrião possui mais vitamina C que a laranja, mais cálcio que o leite, mais ferro  que o espinafre, mais ácido fólico que o brócolis, além de ser considerado uma importante arma na prevenção do câncer. A Inglaterra no século 19 foi a grande responsável pelo cultivo, consumo e propagação da idéia de “super food”, ou super alimento, como era chamado o agrião. Rapidamente conquistou os Estados Unidos, o Canadá, Alemanha, França e alguns países da América do Sul. Na França sua primeira aparição num cardápio de restaurante foi em 1850, no Café Riche, com o purê de agrião. Mas, foi a “Potage Cressonnière”, sopa de batata e agrião que o consagrou no país, conseguindo inseri-lo no cardápio de inúmeros restaurantes franceses. 
                           Abaixo está a receita para você aproveitar nos dias mais frios e preguiçosos e se encher de energia como fiz esta noite aqui em casa.


Potage Cressonnière
Rende 6 porções

 Ingredientes

  • 2 colheres de sopa de manteiga
  • 1 cebola pequena picada
  • 2 alhos-poró (somente a parte branca) picados
  • 4 batatas médias cortadas em cubos
  • 1 litros de caldo de frango ou água
  • 1 maço de agrião
  • 1/2 xícara de creme de leite fresco (nata)
  • sal e pimenta do reino branca

Preparo

Colocar a manteiga na panela com a cebola, o alho-poró e sal. Deixe murchar um pouco e acrescente a batata e o caldo de frango. Cozinhe até as batatas estarem bem macias. Separe as folhas do agrião dos talos maiores e descarte-os, desligue a panela e coloque no caldo as folhas e os talinhos pequenos. Deixe abafar por poucos minutos e passe tudo no liquidificador. Passe a sopa numa peneira bem fina e volte para panela junto com o creme de leite. Ajuste o sal, coloque a pimenta e sirva em seguida. Esta sopa quando reaquecida pode escurecer, então o ideal é que seja servida após ser finalizada.











domingo, 11 de agosto de 2013

Um dia para ser comemorado! Porque ele merece!


                  
                     Desejo um grande dia a todos estes homens maravilhosos, que passam a vida com a missão de cuidar, de prover, de encaminhar. Que se colocam na difícil posição de servir de exemplo. Parabéns a todos os pais, em especial ao meu pai e ao pai dos meus filhos. Infelizmente passei o dia de hoje a muitos quilômetros de distância do meu pai, mas colada nos meus filhos e no meu marido. Foi um presente o dia de hoje para todos nós. O programa: cozinhar. O prato: paella. O prato que não me permitem palpitar, afinal, a história da paella na minha casa, começou há uns quatro anos atrás. Vou contar como tudo começou...



                    Um certo dia meu marido desabafou que estava cansado de ser apenas o churrasqueiro da família, afinal, muito do que eu sei cozinhar hoje havia aprendido com ele. Mas com o tempo eu fui assumindo as panelas e ele as abandonando. O problema é que ele queria seu espaço de volta. Foi aí que tive a brilhante idéia de resgatar meu chef lhe dando de presente uma "paellera" e lembrando 
que a paella é tradicionalmente feita por ho­­­mens na sua cidade de origem, Valência, na Espanha. O sucesso desta minha empreitada foi tão grande que às vezes chego a me preocupar em perder o posto de cozinheira da casa. 


                      A história deste prato nos leva aos séculos 16 e 17, quando os camponeses o preparavam com o que conseguiam caçar e colher até o meio-dia. Reuniam-se todos em torno do fogo e iniciavam o ritual de almoço, no qual coelhos e patos selvagens eram misturados a caracóis, azeite, arroz, vagem e água. 

             Cada região da Espanha garante ter a melhor receita, sendo as mais comuns a Paella Va­­­lenciana – com carnes de frango, coelho e chorizo –, a Paella de Frutos do Mar e a Paella Mista. Porém, conforme a re­­gião, outros ingredientes po­­dem ser utilizados: favas verdes, berinjelas, pimentões, ervilhas, alcachofras, carne de porco. O ideal é que esse prato seja preparado em áreas externas sob um fogo à lenha, ou então em uma grande chama, proporcionada por bocas próprias adaptadas. O arroz deve ser de grão médio-curto, como o Bomba e o Calasparra, arredondados, ricos em amido, que absorvem bem os líquidos e que se mantêm com os grãos inteiros após o cozimento. O açafrão, herança dos mouros, aparece na maioria das receitas. 


         Mas, o mais importante numa paella é seu fundo “queimado”, conhecido pelo nome de soccarat. Esta crosta que deve obrigatoriamente se formar na panela é a parte mais disputada. Muitas receitas indicam finalizar o prato em fogo bem alto, fazer silêncio, sentir os aromas e só desligar o fogo após escutar o processo do arroz secando no fundo. Por ser proibido experimentar ou mexer no arroz até que ele seja servido, este prato exige do seu cozinheiro muita atenção, paciência e treino. Para finalizar, nada como algumas gotas de limão siciliano espremido na hora para nos aproximar do sol do Mediterrâneo. 
             
      Pois assim foi meu dia, mesmo com o céu nublado, posso jurar que vi uns raios de sol. 

A receita orignal da minha casa é esta abaixo, mas a que fizemos hoje foi bem mais simplificada, pois resolvemos o cardápio de Dia dos Pais de última hora. Aproveitem e a reinventem.


Paella Mista
 Rende: 10 porções

Ingredientes
  • 1 Kg de arroz Bomba
  • 1 Kg de camarão grande com casca
  • 1 Kg de camarão grande sem casca
  • 1 Kg de vieiras
  • 1 Kg de lulas em rodelas
  • 700g de carne escura de frango cortada em cubos
  • 300g de linguiça portuguesa ou paio cortados em finas fatias
  • 9 colheres de azeite de oliva extra-virgem
  • 2 cebolas médias finamente picadas
  • 4 dentes de alho finamente picados
  • 4 tomates sem pele e sem semente cortados em cubos pequenos
  • 1 colher de chá de açafrão em pó
  • 1 colher de chá de páprica defumada
  • pistilo de açafrão
  • 1 pimentão vermelho cortado em tiras
  • 1 pimentão amarelo cortado em tiras
  • 2 litros de caldo de frutos do mar (ou caldo feito com as cabeças e cascas do camarão)
  •  Limão siciliano
  • Sal e pimenta do reino branca
Preparo

Aqueça o caldo de frutos do mar. Tempere os frutos do mar e  o frango com sal e pimenta do reino branca moída na hora. Aqueça duas colheres de azeite de oliva na paellera e refogue rapidamente as lulas. Retire do fogo e reserve. Em seguida faça o mesmo procedimento com as vieiras e por último com os camarões sem casca. Aqueça uma colher de azeite de oliva e coloque as fatias de linguiça ou paio e quando estiverem douradas, retire do fogo e reserve. Na gordura que soltou da linguiça, frite os pedaços de frango. Retire e reserve. Coloque novamente duas colheres de azeite de oliva e refogue a cebola. Adicione o alho, aguarde alguns minutos e acrescente os tomates. Coloque o açafrão em pó, os pistilos e a páprica. Volte o frango e a linguiça para paellera. Adicione um pouco de caldo e quando levantar fervura coloque o arroz. Quando o arroz estiver quase pronto, volte os camarões e as vieiras para paellera. Em seguida as lulas, os pimentões e os camarões com casca. Aumente o fogo e cubra a paellera com papel alumínio por alguns instantes. Quando o arroz estiver começando a grudar no fundo da panela, desligue o fogo e aguarde pelo menos cinco minutos antes de servir. Sirva com gotinhas de limão siciliano e azeite de oliva. Bom apetite!






segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Terapia: Chocolate



       


         Hoje o Rio acordou cinza, e eu também. Um resfriado que chegou sem avisar e já me deixou péssima. Acho que é gripe! O Rio sem sol não é a mesma coisa, parece que todos ficam um pouco doente. Mas a "gênia" da minha princesa, tirou nosso problema de letra, quando me pegou e disse:

        - Mãe, você não disse que chocolate cura tudo? Então, vamos fazer um brownie?

       

         Lá fui eu para cozinha, preparar nossa receita secreta de brownie. Aquela que eu digo ser o melhor remédio para tristeza, solidão e ansiedade. E pelo jeito, até para gripe! Mas cuidado, porque vicia.

     Realmente esta receita é deliciosa, vale experimentar, principalmente se você faz parte do grupo dos chocólatras. 
        Os brownies, junto das cookies e dos muffins, estão entre os maiores representantes da confeitaria americana. Uma receita com mais de 100 anos que se popularizou fortemente tanto no Canadá quanto nos Estados Unidos na primeira metade do século 20. Uma mistura de trigo, açúcar, manteiga, chocolate e ovos que pode resultar num doce de textura mais cremosa (fudge) ou mais seca como um bolo. Rico e denso, aceita a mistura de vários outros ingredientes, como as frutas secas, pedaços de chocolate, doce de leite, cream cheese. 
        
 As teorias de sua origem se dividem principalmente em duas diferentes versões, a primeira nos leva a 1893 na cidade de Chicago durante a Columbian Exposition, quando à chef do Palmer House Hotel fora solicitada a criação de um doce para as damas presentes na exposição. Um doce que fosse menor que uma fatia de bolo e pudesse ser comido sem o uso de talheres. Surgiu então um brownie com glacê de damascos e com nozes. A segunda versão é contada num livro de culinária de 1912 e dá os créditos a uma dona de casa de Bangor no estado do Maine, que esqueceu de usar fermento no seu bolo. Esta última opção não parece muito séria pois a receita publicada em 1912 já havia aparecido em 1906 no famoso livro The Boston Cooking School Cook Book de Fannie Merritt Farmer. 
        
Ninguém sabe ao certo a quem devemos prestar as homenagens por esta deliciosa invenção, cabe a nós então, aproveitarmos a receita de hoje e nos deliciarmos. Para quem tiver interesse entre no site www.fatwitch.com, na minha opinião, são os melhores brownies que já comi. E finalizo com uma frase de autoria desconhecida que cai muito bem: “ Sou uma mulher de muitos humores, e todos eles precisam de chocolate...”
Brownie
Rende 24 unidades

Ingredientes
  • 240g de manteiga sem sal
  • 225g de chocolate meio amargo picado em pedacinhos
  • 4 ovos
  • 1 xícara de açúcar
  • 1 xícara de açúcar mascavo
  • 2 colheres (chá) de extrato de baunilha
  • ½ colher (chá) de sal
  • 1 xícara de farinha de trigo
  • manteiga para untar
  • papel manteiga
 Preparo
         Aqueça o forno a 180ºC e prepare uma forma retangular de aprox. 23 x 33 cm com o papel manteiga no fundo, untado com manteiga. Não esqueça de untar também as laterais da forma. Numa tigela em banho-maria derreta o chocolate com a manteiga e reserve. Em outra tigela bata os ovos com um batedor de arames e em seguida adicione o
açúcar, o açúcar mascavo, o extrato de baunilha e o sal. Misture bem e junte o chocolate. Acrescente por último a farinha de trigo. Coloque a massa na forma untada e leve ao forno por aprox. 30 a 35 minutos. Deixe esfriar, corte e sirva







domingo, 4 de agosto de 2013

Para começar: a preferida!

             Se é para agradar minha Antonia, vamos começar este blog com a receita preferida dela e dos nova iorquinos: a Cheesecake.
            
      Esta sobremesa apesar de ser considerada simples e caseira, sem qualquer sofisticação, é tida como unanimidade na preferência da turma lá de Nova Iorque. A prova é que é possível encontrar uma versão sua, da mais simples Deli até o restaurante nº 1 da cidade, o Eleven Madison park. E até o mais moderno dos chefs, Wylie Dufresne, se rendeu as suas memórias afetivas e a incluiu no cardápio do seu novo restaurante Alder.
     
      É uma receita conceitualmente perfeita, pois trabalha muito bem com as texturas, aromas, cores e variedade de sabores.
         
      A cheesecake é tida como a mais antiga das sobremesas com seu primeiro registro na Grécia Antiga. Foi servida nas Olimpíadas de 776 a.C aos atletas. Depois, foi usada pelos romanos como oferenda aos deuses.E caiu no gosto dos americanos após a metade do século passado. Atualmente possui até data no calendário americano: o dia nacional da Cheesecake é dia 30 de julho!


      Por aqui, até a chegada do cream cheese nossa versão da torta era aquela aprendida com os imigrantes italianos e alemães, feitas com ricota, queijo cottage ou quark. Hoje temos todas as opções,da mais tradicional New York Style, feita com cream cheese, até opções com queijos de cabra, fromage blanc, ...

      Independente da receita, acho difícil encontrar alguém que não goste de cheesecake, afinal fugindo das versões mais clássicas, é possível encontrar uma opção para cada paladar: com chocolate, com café, com doce de leite, com calda de goiaba, com abóbora, com chá verde, com gengibre, ... e até com bacon, ervas e roquefort!!!
          
 Aproveite a nossa receita e improvise suas próprias variações.

Dicas:
  • Use todos os ingredientes em temperatura ambiente
  • Tome cuidado para não assar demais, ela irá rachar. Está pronta, quando a parte central ainda estiver mole.
  • Unte bem a assadeira nas laterais. 
Cheesecake com calda de framboesa
 Rende 8 porções (fartas fatias)
 Ingredientes

MASSA*
  •  5 colheres (sopa) de manteiga sem sal e um pouco mais de manteiga para untar a assadeira.
  • 100g de biscoito maisena moídos 
  •  1 colher (sopa) de açúcar
 * Se quiser colocar massa também nas laterais, use 200g de biscoito e dobre a quantidade de manteiga e de açúcar.
 
RECHEIO
  • 550g de cream cheese
  • 180g de açúcar
  • 30g de amido de milho 
  • 2 ovos
  • 1 gema
  • 80g de creme de leite fresco
  • 1/4 de colher (chá) de essência de baunilha
 PARA COBRIR E DECORAR
  • Calda de framboesa, amora, morango ou qualquer outra de sua preferência
  • Frutas frescas
  • Hortelã 
 Preparo

Aqueça o forno a 180ºC. Unte com manteiga uma forma de aproximadamente 25 cm de diâmetro que saia o fundo. Derreta as cinco colheres de manteiga e misture com o biscoito moído e com o açúcar. Coloque a massa no fundo da forma pressionando bem. Leve ao forno entre 5 e 10 minutos. Retire do forno e deixe esfriar. Para o recheio bata o cream cheese até ficar bem cremoso e adicione o açúcar e o amido de milho. Em uma tigela misture os ovos, a gema e a essência de baunilha e aos poucos vá incorporando ao cream cheese. Finaize adicionando o creme de leite. Coloque esta mistura sobre a massa assada e asse em forno preaquecido a 160ºC por aproximadamente 50 minutos. Estará pronta quando as bordas estiverem firmes, mas a parte central um pouco mole. Depois de fria leve ao refrigerador por pelo menos 4 horas. Antes de servir decore com a calda, frutas frescas e hortelã.


Espero que gostem, é perfeita para qualquer hora!